Hipermercado pode ser hiperproblema

Outra discussão promete esquentar os debates sobre Transportes na cidade para os próximos dias. Um hipermercado está sendo anunciado para ser instalado na área onde hoje a Rio Ita guarda seus ônibus, no bairro Rio Várzea, o que vai comprometer ainda mais a mobilidade urbana no Centro. A cidade ainda discute a instalação de um lixão e desde o inicio do ano a prefeitura se acerta com o MP – Ministério Publico pra resolver seus problemas de Transporte e piorando mais, a categoria dos mercados não está inclusa na Lei Orgânica como as que dependam de debate popular, como Audiência Pública. O mercado prevê apenas 300 vagas, se comenta, e a Avenida 22 de maio não comportaria o tráfego gerado.

A falta de planejamento que permitiu a instalação das chamadas lojas ancoras na cidade hoje prejudica os magazines tradicionalmente instalados na cidade que perde clientela principalmente pela falta de vagas para estacionamento nas ruas centrais. E falta de transporte coletivo é ainda tida como o principal inibidor do desenvolvimento dos bairros periféricos.

A questão do Transporte Público na cidade está sendo resolvida sob a tutela da Justiça. A Prefeitura de Itaboraí - PMI - tem com o MP um Termo de Ajuste de Conduta – TAC – onde uma comissão, entre outras coisas, promoverá licitação para novas empresas de ônibus e cassará as autonomias de taxis, para serem concedidas através de concorrência. No caso dos ônibus, apenas uma empresa opera as linhas existentes na cidade, utilizando uma concessão de outra empresa, incorporada.

O problema com os ônibus itaboraienses se arrasta na Justiça desde o inicio dos Anos 90, quando a Rio Ita encampou a empresa Del Rey, e passou a operar as linhas sem licitação.
O MP pediu concorrência paras as linhas e num Termo de Ajuste de Conduta – TAC – a PMI começou então os estudos para o caso que, no entanto, não possui uma data limite para se tornar conclusiva. Existe realmente a comissão que estuda o caso que há dois anos faz estudos, obedecendo ao TAC, mas sem prazos estipulados, e enfrentando todos os dias novidades como o lixão, redes de lojas e agora o hipermercado, todos indutores de transito de pessoas e veículos.

Com relação ao Transporte na cidade, ainda, m agosto do ano passado uma CPI da Câmara denunciou ao MP as apurações de uma comissão que investigou o caso. No relatório produzido os vereadores chegaram a pedir o indiciamento político de Cosme porque acharam que conseguiram provar o tráfico de influência para os serviços de táxis e vans, envolvendo alem do prefeito os ex-secretário de transporte, Álvaro Adolpho, e de seu sub, Auredir Cunha.

Mas os dias dos taxis que foram irregularmente emplacados, por conta da bondade do ex-prefeito Cosme Salles que distribuiu as chamadas Autonomias entre amigos e colaboradores parece estarem contados. O MP já mandou a prefeitura retirar de circulação os carros que estão nessa situação e promover Licitação para novas Autonomias. Os verdadeiros taxistas também deverão se enquadrar na Lei de autoria do vereador Marcos Araujo, que determinou padronização dos veículos e até a utilização de relógio marcador de preço, o taxímetro. Enquanto não se cumpre a determinação da Justiça, é comum se ver nas ruas carros com placa de aluguel sem qualquer identificação e visivelmente circulando sem compromisso com a concessão obtida.

Além dos ônibus, também a questão dos taxis é antiga. Nos anos 80 a Policia Federal promoveu investigações em Itaboraí, por conta das mesmas denuncias, de fraude na aquisição de taxis junto a CEF. Nessa época, os taxistas que ainda usavam antigos modelos, juravam que a féria obtida não possibilitava manter os carros que ostentavam placa de aluguel, mas circulavam nas mãos e em poder de particulares. Os Santana e Passat eram os modelos preferidos dos falsos profissionais e os taxistas juravam que para repor até mesmo um pára-brisa, se necessário, teriam que trabalhar meses para conseguir.

A PMI atualmente já enfrenta o descontentamento popular por causa do lixão, um empreendimento que também complicará o trãnsito itaboraiense. O lixão polêmico envolve a elite política da cidade em conluios e suspeição de fraudes e na questão do hipermercado também deverá enfrentar problemas. A população se preocupa porque além da falta de planejamento, possa haver novos lances de prevaricação: Próximo a área escolhida já há investimentos de pessoas ligadas a PMI.

A cidade no momento cresce a olhos vistos, no bairro Apolo já se começa um empreendimento popular de 230 apartamentos e em Cabuçu se aprova um projeto de 860 residências e a experiência de planejamento inadequado ou ausência dele pode ser sentida, por exemplo, no bairro de Manilha. Com apenas uma rua de acesso e onde pelo menos três mercados funcionam, nos horários de rush e nos finais de semana o acesso ao bairro é um transtorno. E o município ainda precisa adaptar sua malha urbana ao Arco Metropolitano do Rio de Janeiro que tem uma de suas pontas justamente no bairro de Manilha.

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