Itaboraí vai ter ‘Cinturão de Segurança’
Comparada a Dubai (emirado rico em petróleo do Oriente Médio) pela perspectiva de crescimento econômico com a instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), Itaboraí pode se assemelhar a Macaé quando o assunto é segurança pública. A expectativa de chegar a 1 milhão de habitantes em um período de 10 anos exigirá que o Estado reveja a política de contenção da violência implementada no município para evitar o que ocorreu com a cidade do Norte Fluminense, que chegou a registrar a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes do Rio, segundo o Mapa da Violência 2008.Visando o crescimento demográfico e, consequentemente, o possível aumento da violência, as polícias Civil e Militar vêm implementando medidas para tentar reduzir os índices de criminalidade no município. “Aqui eles não vão se criar”, disse o tenente-coronel Ramiro Oliveira Campos, subcomandante do 35º BPM (Itaboraí), durante uma operação, na Avenida 22 de maio, cujo objetivo era impedir a migração de bandidos, atuando de forma ostensiva nas principais entradas do município.
À frente de 480 homens – responsáveis pelo patrulhamento de uma área com 2.931,5 km² de extensão, o que abrange os municípios de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Silva Jardim –, o oficial garante que esse efetivo é suficiente para atender a atual demanda da população, mas não descarta o aumento desse número com o crescimento populacional nos próximos anos.
“Essa realidade daqui a alguns anos vai mudar e a PM terá que acompanhá-la, assim como os outros segmentos do Estado”, comentou.
Com a experiência de quem foi aspirante no 32º BPM (Macaé), onde acompanhou de perto a “corrida pelo ouro negro” (petróleo) e o avanço da violência, o oficial acredita que conjugar ações repressivas contra o tráfico nas comunidades com operações no asfalto pode trazer resultados satisfatórios para a região. “Em duas semanas, conseguimos reduzir em 50% alguns crimes, como roubo de automóveis, assalto a pedestres e saidinhas de banco. O petróleo traz a riqueza e, com ela, o sensível aumento da violência. Nós estamos nos antecipando a esse processo”, concluiu.
Na mesma linha do oficial da PM, o delegado Wellington Vieira assumiu a 71ª DP (Itaboraí), no início da semana passada, com a missão de não só reduzir os índices de homicídios na cidade sede do Comperj, mas conseguir chegar a autoria dos crimes. Em 2010, foram registrados 112 assassinatos no município, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ). Para isso, juntos com os outros delegados responsáveis pela Área Integrada de Segurança Pública (AISP) número 35, Vieira pretende montar um ‘Cinturão de Segurança’ na região para evitar o processo de migração de criminosos para a região.
Há apenas dois dias à frente da distrital, ele já foi às ruas do município para tentar localizar o corpo de um jovem, executado no ‘tribunal do tráfico’. A ação, deflagrada na Rua Cem, contou com dez viaturas e cerca de 30 agentes de cinco delegacias da região, além de homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
“A minha vinda para cá tem muito a ver com esse processo de transformação pelo qual a cidade está passando. Vamos focar nesse trabalho, com o apoio de todas as forças de segurança, sem esquecer de estabelecer uma parceria com a população”, finalizou.
Estradinha ganha fluxo intenso
O progresso em Itaboraí, com a chegada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), tem trazido grandes e constantes transtornos para os moradores de Sambaetiba e Alto do Jacu, região onde está sendo instalado o empreendimento. O tráfego intenso de caminhões, carros e carretas à serviço da obra levantam uma nuvem grossa de poeira durante todo o dia e, já por volta das 6h da manhã, os moradores são acordados com o barulho dos carros pelas ruas de terra batida e esburacadas.Em Sambaetiba, quarto distrito de Itaboraí, os moradores estão inconformados com a situação. Para eles, se a Petrobras não garantir a integridade das residências e do comércio haverá um ‘racha’ na política de boa vizinhança mantida até o momento entre eles e a empresa.
Parada na Avenida Leopoldina, se refazendo da longa caminhada, Vanderléia Siqueira dos Santos, diarista de 54 anos, reclama que os quatro filhos passaram a ter problemas respiratórios depois que os caminhões começaram a circular periodicamente por ali. “São quatro filhos que eu tenho e todos eles têm problemas respiratórios, principalmente os menores. Não tem como fugir. Quando eles não são afetados pela poeira da rua no caminho para a escola, eles acabam tendo que suportar isso dentro de casa”, critica a mãe.
Ela ainda reclama que o o tráfego intenso de caminhões, tratores e carros põe a vida de crianças e adultos em risco. “Ficou muito perigoso andar pelas ruas. É de manhã cedo, de tarde, à noite, esses carros não param de passar. Deus me livre um dia atropelar alguém”, resmunga a diarista.
Já Patrícia Couto, de 35 anos, que acompanhava Vanderléia dos Santos, reclama também que as casas estão com a estrutura comprometida. Ela teme ainda que a passagem do supertransformador, ainda sem data definida e que vai fazer parte do sistema de energia do Comperj, cause danos aos moradores. “Não é difícil encontrar alguém com a casa com rachadura, ainda mais quando esse transformador passar. Tenho medo do que pode acontecer. Eles (Petrobras) avisaram que vamos ficar sem luz por tempo indeterminado até tudo ser instalado. Isso não existe”, ressalta.
Menor baleada no Morro do Viradouro poderá ter alta no final de semana
Confronto entre a polícia e traficantes de drogas da localidade atingiu menina na perna e precisou sofrer cirurgia. Tiroteio aconteceu após blitz para reprimir roubo de carros
A estudante de nove anos baleada na perna direita durante um confronto entre policiais do 12º BPM (Niterói) e traficantes de drogas na comunidade do Viradouro, em Santa Rosa, pode ter alta no sábado no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal) no Fonseca, segundo informações dos familiares.A estudante foi internada no final da manhã de quinta-feira após ser vítima de uma bala perdida durante o tiroteio. Operada no mesmo dia, a bala calibre 40 se alojou na panturrilha da menor. Familiares afirmaram que ela reagiu bem ao pós-operatório.
O tiroteio entre policiais militares e supostos traficantes dos morros da União e Igrejinha ocorreu nas proximidades da localidade conhecida como ‘chiqueirinho’, localizada na parte alta do Complexo do Morro do Viradouro, por volta da 11h30 após a PM realizar patrulhamento de rotina na região, que tinha o objetivo de reprimir roubos de carros na Estrada Celso Peçanha, uma das principais vias de ligação de Niterói à Região Oceânica.
Suspeito fugiu ao ver a polícia- PMs também informaram que um homem carregando um saco plástico teria fugido assim que percebeu a aproximação da viatura da policia. A sacola foi abandonada no acostamento e um dos PMs desceu da viatura, quando então aconteceram os primeiros disparos.
Os supostos traficantes que seriam da facção criminosa do Comando Vermelho (CV) reagiram com mais violência após a chegada de reforço policial O tiroteio assustou moradores e comerciantes da Estrada Celso Peçanha.
Material para embalar drogas e cápsulas apreendidas
Cápsulas de revólver calibre 40, material usado para endolação de drogas foram apreendidos pela PM e apresentados na 79ª DP (Jurujuba).
Policiais de Jurujuba informaram que caberá aos colegas da delegacia de Icaraí requererem a apreensão das armas usadas pelos PMs no dia do confronto para futuro exames de balísticas.
O subcomandante interino do Batalhão de Niterói, tenente-coronel Washghton Freire, respondendo durante o período de férias do atual comandante do 12º BPM, coronel Sérgio Luis Mendes, procurado, não foi localizado pela equipe de reportagem para repercutir o assunto.
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