Acusados de matar garota de sete anos em Itaboraí irão a júri popular

Réus responderão por homicídio doloso, crime teria sido motivado por partilha de dinheiro de assalto

SÃO PAULO - Os réus Rafael Gabriel Correia, Jhonatas Felipe Castilho e Marco Henrique Barcellos Fernandes, acusados de matar, em fevereiro de 2010, um menina de 7 anos, na cidade de Itaboraí, região metropolitana do Rio, serão levados a júri popular.
A data do julgamento ainda não foi informada pela justiça. A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 15, pelo juiz da Vara Criminal de Itaboraí, Marcelo Alberto Chaves Villas, que decidiu pronunciar os acusados.
Os três réus responderão por homicídio doloso, na forma tentada e consumada. O primeiro acusado atirou em dois adultos, Renato Wallace, Luciana Teixeira, e em Raiane, um bebê 9 meses.
Os tiros contra Luciana não a atingiram, mas feriram acidentalmente Talita Teixeira, que tinha na época 7 anos. O acusado também disparou contra Raiane, mas no momento da execução a arma falhou. Renato também teve sorte, nenhuma bala o acertou. Jonathan e Márcio foram acusados de coparticipação, pois, embora não tenham atirado em ninguém, levaram Rafael ao local do crime. Também deram cobertura ao comparsa do lado de fora da casa e o auxiliaram na fuga. Márcio foi quem conseguiu a arma usada no crime e o carro utilizado na empreitada criminosa.
Segundo o juiz Marcelo Villas, os crimes foram cometidos por causa de uma desavença ocorrida em razão da partilha de uma quantia em dinheiro de assalto entre o primeiro réu e as vítimas Luciana e Renato. "As evidências também apontam que os crimes foram praticados mediante meio que dificultou a defesa das vítimas", afirmou o magistrado. Os acusados permanecerão presos até o julgamento.

Preso envolvido na morte de menina de 7 anos em Itaboraí

Quarenta e três dias depois do assassinato de Talita Teixeira da Silva, de 7 anos, motivado por um desentendimento entre familiares dela e comparsas, que, juntos, praticavam roubos a caminhoneiros em Manilha, Itaboraí, Márcio Henrique Barcellos Fernandes, de 39 anos, foi preso, terça-feira (16), em Cabo Frio. A polícia o aponta como motorista do carro usado no crime, além de ter auxiliado o autor dos disparos, Rafael Gabriel Correia, 23, que na época fugiu para a casa de parentes, na Baixada Fluminense.

Sem peso na consciência e alheio ao mandado de prisão contra ele, Márcio não alterou sua rotina e continuou trabalhando normalmente. Motorista de uma empresa de ônibus, o acusado recebeu voz de prisão de policiais da 71ª DP (Itaboraí) na garagem da firma, na tarde de ontem, em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
“Além de ter participado da morte de Talita, ele (Márcio) também comprou o revólver calibre 38 usado no crime. O Rafael estava em liberdade condicional e não poderia ser pego armado, pois perderia o benefício”, explicou Luiz Antônio Ferreira, delegado titular da 71ª DP.

Existe a suspeita de que a arma também era usada nos assaltos aos caminhoneiros. Segundo as investigações, Márcio teria ido de Itaboraí a São Gonçalo junto com Rafael para comprar o revólver. Além disso, Márcio teria o guardado em sua casa por aproximadamente dois meses.
“Toda semana o Rafael ia na casa dele e pegava a arma, mas ele garante que não sabia e não queria saber para o que era utilizada”, disse o delegado.

A polícia conseguiu desvendar toda a dinâmica do assassinato de Talita. O problema começou quando Rafael foi cobrar uma diferença de aproximadamente R$ 300, proveniente do roubo a um caminhoneiro, em Manilha, Itaboraí. O valor não teria sido repassado por Luciana Teixeira, 23, mãe da criança, que atuava como prostituta e emboscava os caminhoneiros, junto com o marido, Renato Wallace Rodrigues de Oliveira, 22.

Além de se negar a acertar a partilha, a mãe de Talita e o companheiro foram até uma padaria e pizzaria, em Manilha, onde Rafael trabalhava como garçom, e disseram ao proprietário que seu funcionário estava lhes cobrando uma dívida de drogas. Demitido e sem o dinheiro, Rafael teria dito que mataria Renato. As investigações mostram que Márcio, preso terça-feira (16), ouviu o comparsa fazer tal promessa. Depois de beberem em um bar, Márcio levou o assassino em seu carro até a casa de Renato e Luciana.

Enquanto Rafael entrou na casa, o motorista ficou no carro, junto com outro rapaz, que está preso. Minutos depois, Renato saiu baleado na orelha gritando: “olha a besteira que você fez”. Na discussão, Luciana usou Talita como escudo e a menina acabou baleada na testa.

Na casa de Márcio, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, a polícia encontrou um Fiat Palio, uma Blazer e uma moto NX Falcon. O delegado estranhou.
“Um motorista ganha o suficiente para pagar por isso?”, questionou.

Apesar de serem apontados como participantes no roubo ao caminhoneiro, Luciana e Renato foram libertados por não ter havido flagrante e a vítima ainda não ter sido encontrada para registrar a queixa e reconhecer os dois.

Tragédia em família em Itaboraí

Uma tragédia em família acabou com sonho de casamento da estudante Geisyane Silva Pontes, 15 anos. De acordo com a polícia, Geisyane foi degolada pelo cunhado, Paulo Ferreira Pessoa, 19, na noite de segunda-feira, em Visconde de Itaboraí. O corpo da estudante foi encontrado pelo namorado, o estofador Fabiano Ferreira Pessoa, 27, na madrugada de ontem, num matagal, às margens da Avenida Presidente Médici.

Paulo, que chegou a ir ao velório da cunhada e consolado o irmão, foi preso, ontem à tarde, por agentes do Setor de Inteligência (P-2) do 35º BPM (Itaboraí). Ele foi conduzido à 71ª DP (Itaboraí), onde confessou ter matado a estudante.

Paulo não quis falar sobre a motivação do crime. A faca usada para matar a estudante ainda não foi encontrada. Ele disse ter usado luvas para esconder provas, indicando a hipótese de crime premeditado.

Desencontro - De acordo com a polícia, Geisyane foi assassinada após sair ao encontro de Fabiano. O estofador confirmou, em depoimento, ter telefonado para estudante e combinado encontrá-lo num ponto de ônibus. Estava chovendo e Geisyane levaria o guarda-chuva.

Fabiano disse ainda ter estranhado não encontrar a companheira. Ele seguiu sozinho até em casa, onde foi informado pelo irmão que Geisyane teria saído. Assustado, o estofador passou a procurar pela mulher em locais onde ela gostava de frequentar, como a lan house e uma igreja evangélica, mas não a encontrou. Cansado, voltou para casa e ficou aguardando a volta da namorada. Por volta das 23h50, resolveu retornar ao ponto de encontro e encontrou o corpo da estudante no matagal. Eles estavam juntos há cerca de quatro meses.

Camisinha - De acordo com peritos, no local do crime foram encontrados uma embalagem de camisinha, uma tolha de rosto, o aparelho celular da jovem quebrado e o guarda-chuva, que ela levaria para o namorado. A hipótese de estupro não foi descartada.
Estudante sonhava em casar

No último dia 8 de maio, Geisyane, estudante do 5º ano numa escola estadual, no bairro Jardim Maravilha, completou 15 anos. A data tão esperada para as adolescentes não foi diferente para Geisyane, que ganhou uma festa do companheiro. A surpresa deixou a adolescente tão feliz, que ela pensou na próxima festa que teria: o casamento.

Geisyane era evangélica e participava do grupo jovem da Igreja Assembléia de Deus. Segundo amigos, ela tinha pedido ao pai, morador de Araruama, na Região dos Lagos, que desse o consentimento e autorizasse o casamento. A data seria marcada ainda este ano, mas a jovem não teve a chance de realizar o último sonho.

Mudança - De acordo com Fabiano, quando conheceu Geisyane, a menina estava triste por ter perdido a mãe. Após iniciar o namoro, ela resolveu se mudar de Santa Isabel, em São Gonçalo, onde vivia com o avô, para morar com o namorado, que estava de mudança com a família para Visconde de Itaboraí.
Preso após ir a velório
 
Demonstrando frieza, Paulo confessou o crime e contou em detalhes a morte da cunhada. De acordo com o rapaz, Geysiane o teria chamado para ir ao ponto de ônibus buscar o irmão. Em depoimento, ele contou ainda ter sugerido cortar caminho por uma trilha onde apunhalou Geyziane pelas costas, desferindo-lhe vários golpes, até atingir a garganta. Após o crime, Paulo voltou para casa onde morava com a mãe, o irmão e a cunhada, tomou banho, lavou as roupas e jogou-as em um terreno baldio que fica atrás da casa.

Geyziane foi encontrada ainda com vida por Fabiano que chamou o irmão e tentou socorrer a mulher que não resistiu aos ferimentos. Durante todo o tempo, Paulo esteve ao lado do irmão, consolando-o e sendo solidário. Ao chegar à delegacia Paulo chegou a repetir as últimas palavras da cunhada: “Paulo, por favor para, não faz isso”.

Ele negou qualquer ato de volência sexual e atribuiu o uso das luvas a um seriado da TV, para não ser identificado. Assassino confesso, Paulo foi autuado por homicídio qualificado, emboscada e dissimulação. A pena prevista é de 12 a 30 anos de reclusão.

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